sexta-feira, 26 de junho de 2009

God Save the Queen & the King of Pop, Michael Jackson

Dia 25 de junho seria uma quinta-feira como outra qualquer, apesar que Aninha estaria fora por 2 dias para a os worshops de integração e o Guscou se ausentaria por causa dos efeitos de uma gripe forte (diz ele que não é a suína). Acordo um pouco mais tarde por causa do rodízio; chego na Abril lá pelas 11h; continuo alguns projetos em andamento; aprovo algumas peças enviadas pela agência; atualizo alguns relatórios gerenciais; verifico o performance dos portais web; 2 reuniões na seqüência e por aí vai.

Depois do expediente, começo a twittar um pouco. Leio os posts de meus amigos, respondo alguns, dou RT em outros interessantes e finalmente checo os trending topics, aqueles que são os mais comentados entre os twitteiros de plantão. Em 5º lugar da lista está #Michael Jackson, mas não me chamou muito a atenção porque, afinal de contas, MJ sempre foi alvo de comentários e críticas mesmo quando não se tinha nada a dizer sobre ele.

Alguns minutos depois chega um post da CNN: Michael Jackson é transferido para o Hospital da UCLA. Pensei cá com meus botões "Não deve ser nada de mais." Até comentei com alguns poucos amigos que ainda estavam no departamento trabalhando fora do horário. De repente, alguém pergunta "O Michael morreu?" Ouvi aquilo e ri. Ri porque era inconcebível MJ morrer. Uma piada de mal gosto. Totalmente fora de cogitação.

Volto as atenções para o meu monitor e, surpresa, noto que #MichaelJackson já é o primeiro trending topic. Clico no link e lá estão milhares de posts com 'RIP Michael Jackson'. Como assim???? MJ morreu? Não pode ser! Vasculho os portais de notícias do Brasil e nenhum deles havia divulgado oficialmente. Mas, momentos depois, é confirmada sua morte por parada cardíaca. Sinto o tempo parar à minha volta. Perco momentaneamente a audição....não respiro....meu olhar e meus pensamentos vagam no nada. Imagens de MJ passam em formato de slideshow na minha frente. Procuro no Youtube alguns videoclips: thriller, beat it, billy Jean.....e assisto a todos sem ao menos piscar. Lágrimas vão traçando trilhas no meu rosto. Seria um overreacting? Não, não. É apenas uma demonstração singela e pura de tristeza perante a perda de um ícone que me acompanhou durante toda a adolescência.

Lembro que todo lançamento de um videoclip novo de MJ era o acontecimento do ano. Todos ficavam postados à frente da TV aguardando o mesmo passar no Fantástico. Sim, porque na época, não tinha TV à cabo. Ah!!! Bons tempos aqueles. A moda era ter uma jaqueta de couro vermelha e preta que nem a do Michael. Fora as competições nos programas de auditório para ver quem era o sósia mais parecido, tanto na dança como na aparência. O auge da carreira de MJ culmina com a fase de ascensão da Madonna. Ambos, além do sucesso como popstars, sempre geraram muitas estórias para a mídia. Só que Madonna sempre encarou sua carreira como um business, abordando temas que causam controvérsias e que chocam, e consequentemente vendem. Já MJ, não. Ele sempre foi mais humano, emocional. Sempre abordou questões relacionadas ao amor, ao cotidiano e aos assuntos que diziam respeito à sua vida.

Por que MJ é o King of the Pop? Respondo fácil: MJ vendeu mais de 700 milhões de álbuns durante toda a carreira. Só o Thriller vendeu mais de 40 milhões de cópias (algumas fontes informam que esse número chega a 50 milhões). Nunca niguém mais venderá tantos discos assim na face da Terra, ainda mais com as novas mídias disponíveis: mp3 e afins. E esses números seriam ainda maiores se MJ não estivesse sem gravar um novo álbum há quase 15 anos!

Acho que durante esse tempo todo, minha maior esperança, assim como a de milhões de outros fãs, era que MJ voltasse mais radiante do que nunca, com um novo álbum matador, que superasse todos os anteriores. Infelizmente, ficamos à espera de algo que nunca viria a acontecer.

Aliás, por que MJ quis ficar branco? Por que não quis mais ter features de negro? Por que da síndrome de Peter Pan? Por que se meter em casamentos arranjados para se constituir uma família desestruturada?.... Tantas perguntas e nenhuma resposta concreta, apenas especulações. Creio que nem MJ himself tivesse as respostas para tudo isso.

Se você pegar todos os itens acima e analisá-los em um contexto único, chegará a conclusão de que tudo está 100% relacionado aos padrões impostos pela sociedade, a qual institucionalizou que pra ser considerada bonita, uma pessoa tem ser branca, que um homem para ser realizado na vida tem que se casar e ter filhos. E MJ, simplesmente adotou tais padrões como verdades absolutas...e os colocou em prática, sem sequer questioná-las. Qto à sua infância, é verdade que lhe foi negado o direito de desfrutar de todo o esplendor da fase pueril. Sua carreira prematura contribuiu para que conseqüências tardias viessem à tona: vide a sua casa parque de diversões e suas amizades teens.

E essa foi a vida e obra de MJ: família pobre, talento prematuro, sucesso estrondoso, estrelato, excentricidades, escândalos, mais excentricidades, mais escândalos, morte súbita. Um reinado que durou 50 anos, mas que continuará eternamente vivo em nossos corações. Seu talento, carisma e genialidade eram inquestionáveis. Até mesmo as tribos mais radicais como de headbangers, punks, góticos, skinheads, se curvam diante à esse mito.

E, se é verdade que todos temos uma missão aqui na Terra, a de MJ era a de ser um entertainer. E nesse caso, ele fez a lição de casa direitinho, pois foi sem sombra de dúvidas, e continuará sendo o melhor que a humanidade jamais verá.

For those about to keep living, we salute you!

8 comentários:

  1. À eterna criança, meus sentimentos, again !!!!

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  2. Sempre tive minhas restrições musicais (fazer o que? prefiro coisas mais densas) e, com o tempo minhas restrições pessoais.

    Mas 50 anos não é uma idade razoável para se morrer.

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  3. Que linda!!!!

    "And though you fight to stay alive, your body starts to shiver, for no mere mortal can resist, The Evil of the Thriller"

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  4. Chu, belo post!
    Se eu fosse você, ia na missa q terá nessa semana pra ler esse texto!

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  5. acho que eu tinha uns 4 anos, mas eu tinha a luva de lantejoula quando morava na minha terrinha.

    rip michael!

    CUSPÉ!!!

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  6. Muito triste. E, quanto à escolha por ser branco, ouvi dizer que o objetivo de michael era ficar o mais diferente possível do pai. ele não aguentava olhar no espelho e ver a cara do pai dele.

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  7. Sil,
    adorei o text, até eu que nunca fui super fã, pois não foi exatamente da minha época, fico deslumbrada com tamanho talento em uma só pessoa!=)
    continuee com o blog que tá muito legal!

    beeeijo.

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  8. Hey you! Coloque aí, em algum lugar, uma palhinha da melhor cover da Debbie Gibson! Inesquecível viu!
    Beijo! Parabéns pelo blog! (já disseram antes nos comentários, mas enfatizo: "ortograficamente bem escrito" - coisa rara hoje em dia!)

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Honey, escreva aqui o que você bem entender...nem precisa ser relacionado com o post: EXPRESS YOURSELF!!!!